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Mauricio Svartman, 
37 anos, roteirista
Como tirou a licença: era freelancer quando o filho nasceu. Voltou a trabalhar presencialmente quando o bebê tinha 4 meses. Desde os 9 meses está em casa de novo.
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Foto: arquivo pessoal

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Meu pai nunca trocou uma fralda ou lavou uma louça. Depois que eu voltei a trabalhar de casa, em outubro, e virei dono-de-casa, existe sempre a expectativa de que eu volte para o escritório. Essa expectativa nunca aconteceu com relação à minha mulher quando ela ficava em casa. Se ela decidisse ficar permanentemente, meus pais achariam normal. Até hoje a minha mãe diz que sou "pãe", pai+mãe, por ser um pai "participativo" – e eu não faço mais pelo nosso filho do que a mãe.

Eu tinha muitas expectativas de como eu poderia ser o pai e o marido perfeito antes do meu filho nascer, mas a falta de sono dificultou esses tais planos. Então não me orgulho da minha performance com as tarefas domésticas naquele período. Cozinhei bem menos do que deveria, não varria ou passava pano, essas coisas.


 

Esses dias uma prima me contou que o marido, médico, pegava mais plantões do que precisava quando eles tiveram o primeiro filho porque ele descansava mais no hospital do que em casa. Ela contou achando graça, e eu condenei veladamente a atitude dele, mas confesso que eu agradecia pelas minhas idas ao mercado ou mesmo à lavanderia.


 

Eu sempre tive um quê depressivo e isso não se cura nem mesmo com um filho. Mas ser pai me deu um sentido de existir. Antes eu não tinha medo de morrer. Hoje, não mais. Quero vê-lo crescer. E posso estar num dia pesado, triste, mas quando vou buscá-lo na escola, meu humor muda instantaneamente. Eu amo aquele bichinho mais que qualquer coisa que já amei.

“Quando o nosso filho nasceu, eu sentia que estava fazendo o necessário, mas, meses depois, a minha mulher me disse que esperava que eu tivesse feito mais. Costumo confiar na opinião de um observador externo nesses casos.”

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