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João Fellet,
33 anos, jornalista
Como tirou a licença: trabalha em uma organização que faz parte do programa Empresa Cidadã, que dá 20 dias de licença paternidade. Juntou férias e folgas acumuladas e ficou 2 meses em casa.
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Foto: arquivo pessoal

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Não acho que tive crises em relação ao meu papel de homem depois da paternidade ou por ter ficado em casa. Acho que, pelo contrário, eu teria me envergonhado, se fosse mais próximo do estereótipo do pai ausente. Eu me orgulhei de estar com meu filho, gostava de tirar foto com ele no sling, essas coisas.

A maior dificuldade foram as madrugadas, ter que acordar tantas vezes. Para mim, que sempre fui muito metódico e disciplinado com o sono, isso me bagunçou muito. Houve um período em que não consegui dormir mais. Passei uns 5 ou 6 dias sem dormir nada, mesmo quando eu podia porque eu não conseguia adormecer. Tive que tomar remédio. Foi algo que bagunçou minha vida.

"Minha relação com o trabalho melhorou depois que me tornei pai. Sempre fui muito ansioso. Eu ficava checando e-mail em casa logo que acordava, continuava conectado depois, pensando no dia seguinte. Agora eu chego em casa e desligo."

A licença, além de ser um período de crescimento pessoal, é uma quebra bem-vinda na rotina. Em certo sentido, é como se fosse uma viagem transformadora, em que você tira um tempo, e passa um sabático se dedicando a um projeto. É um período muito intenso, em que você vai fazer algo completamente diferente e  transformador.
"Tive uma sensação muito forte de vulnerabilidade, de uma mudança irreversível na vida, não necessariamente boa. Pensei: 'puts, agora vou estar sempre preocupado'. Tive também muito medo de piorar a relação com a minha mulher, de isso afetar o nosso vínculo. Acho que foi um terremoto."

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