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Guilherme Kanno, 27 anos, servidor público
Como tirou a licença:  emendou um mês de licença paternidade com um mês de férias, assim que a filha nasceu.
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Foto: arquivo pessoal

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O parto foi um pouco traumático pra nós, esperávamos ter um parto normal e depois de 12 horas de trabalho de parto, acabamos indo para a cesárea. Eu sofro de crise de ansiedade e esse dia foi muito traumático pra mim. Mas foi lindo também. A primeira coisa que me deixou surpreso foi ver o quanto ela se parecia comigo. Aquilo foi muito estranho. 

 

Dois meses de licença foi pouco tempo. Pensei até em deixar de trabalhar pra ficar com a minha filha. Eu queria poder tirar a vida inteira para acompanhar ela crescer. Quando penso no trabalho, me sinto muito mal por não ter coragem o suficiente de largar o emprego pra ficar com ela.

 

Eu acompanhei algumas etapas da pesquisa “Nascer no Brasil – O maior inquérito sobre parto e nascimento no Brasil”, da Fiocruz. Com isso, além de aprender muito sobre a importância do parto natural e normal, também vi a questão da paternidade ausente no Brasil. Então antes mesmo de saber que já seria pai, eu problematizava a paternidade.

 

Nos primeiros meses, eu senti muita angústia e exaustão. Ao mesmo tempo, sentia culpa por saber que o meu cansaço não se comparava nem de longe ao da mãe, então foi um período confuso. Voltei pra terapia e hoje estou bem.

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"Sempre que estamos na casa dos nossos familiares, eu faço questão de fazer a maior parte dos cuidados com a nossa filha. Eu sei que lá a maioria atribui esse papel à mãe. Tenho certeza que, no mínimo, eles ficam surpresos ao ver um homem fazendo isso."

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