Eu fiz o curso de paternidade do SUS e quem faz o curso tem 20 dias de licença, por causa do incentivo Empresa Cidadã. Já na gravidez, em todas as consultas da minha esposa, eu pedia folga e conseguia. Ou marcava as consultas bem nas minhas folgas. Pai não é visita, pai é pai. Tem que estar junto. E não são todos os homens que tem a ciência da licença paternidade.

 

Durante a madrugada, a minha esposa tirava o leite e deixava as mamadeirinhas prontas para eu dar e ela poder descansar. Só que era muito gostoso porque o bebê desenvolve muito rápido. No dia 2 ele já não é igual ao dia 1, já está diferente. E cada madrugada que a gente ficava junto já era uma coisa nova. A risadinha dela. A primeira arte dela, por exemplo, uma fralda imensamente suja. Meu, é muito gostoso trocar uma fralda, você brincar, você conversar. Eu leio muito sobre o desenvolvimento mês a mês da criança.

 

A gente coloca que realização é ter um ótimo trabalho, ter um ótimo salário, viajar. Eu, quando eu tinha 19 anos, me perguntaram numa entrevista de emprego o que era ser uma pessoa realizada. Na minha cabeça, eu só seria realizado quando eu fosse pai. Então desde os 19 anos eu sei disso. Eu me sinto um cara completo. Tenho minha vida simples, mas confortável.

E esse período que eu fiquei em casa foi importante para entender o que é mesmo ser um pai. No físico. Na vida. Você lê, você interpreta, você tem uma noção. Mas nada melhor do que estar lá na hora. Na hora, você sofre junto quando ela tá com cólica, eu segurei as lágrimas quando a gente deu vacina. Você sente. É diferente.