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Diego Gonçalves,
34 anos, arquiteto
Como tirou a licença: depois do nascimento do primeiro filho, tirou um mês de licença e acabou sendo demitido. Ao final, ficou 4 meses em casa.
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Foto: arquivo pessoal

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Tem um certo funcionamento dentro das famílias, em que as "matriarcas" assumem o bebê quando o pai não fica em casa. Porque tem a mãe, que tem um vínculo carnal, aí vem a mãe da mãe, aí vem a avó da mãe, vêm todas as mulheres para cercar e falar como fazer e como não fazer. As matriarcas formam uma espécie de escudo com a mulher. Eu acho que, se eu não estivesse lá, eu teria sido afastado do bebê.


 

O tempo da licença foi muito bom. A sensação de que as coisas podiam ficar lá fora, o trabalho, as ambições, e a gente lá dentro parado no tempo. Isso eu lembro. Era uma sensação de tranquilidade nada desesperada.

 

Ninguém nunca me falou nada, mas talvez tivessem essa dúvida, de eu não estar cumprindo com as minha funções de homem. Talvez possa ter acontecido isso, sim. Na época eu achava que as pessoas podiam estar pensando isso de mim. Mas não foi nada declarado, acho que foi mais uma sensação mesmo.


Eu adoraria ter ficado mais tempo com a nossa segunda filha. Eu fiquei só 3 semanas, e foi bem negociado porque eu não sou CLT. Então, se você não trabalha o mês inteiro, você não recebe. Dependeu da minha negociação. Na verdade, eu nem tinha direito a nada.

“Eu me sentia como se estivesse dentro de um ninho. Ficava curioso pelas fases dele, de como ele se desenvolvia, se ganhava peso, altura. Era uma coisa de querer fazer a cria vingar, bem animal mesmo. É cuidado.”

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