Caio Franco, 28 anos, documentarista
Como tirou a licença: como é freelancer, ficou 3 meses sem pegar trabalho quando o filho nasceu. Até hoje, está em casa conciliando horários de trabalho e de família, juntamente com a parceira.
Foto: arquivo pessoal
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Eu não fui um desses pais que tinha muita intimidade com o bebê na barriga ainda. Para mim, era uma coisa não tangível, não dá para apalpar, está dentro da mulher. E quando nasceu também não foi aquela conexão imediata. Recém-nascido, aquele jeito, não faz muita coisa. Para mim, demorou para eu ter essa relação mais forte com ele. E muito se deve ao fato de eu ter ficado em casa por mais tempo.
Eu fui o primeiro dos meus amigos a ter filho. Eu estava em um momento do meu trabalho com muita coisa para fazer. E a gravidez foi uma pausa nos planos todos. Para mim, eu era muito novo. Aí, quando nasceu, eu fui vendo que isso não era uma questão tão forte, não era esse drama todo que eu estava pintando. Fiquei mais tranquilo.
Eu gosto muito de acordar com ele. Óbvio que é um saco acordar quando você ainda está com muito sono. Mas sou eu que geralmente levanto com ele. Aí vou lá regar as plantas, e ele adora. Além de regar as plantas, que é um incentivo pra mim, é legal ver o olhar dele.
Quando o bebê chora – e obvio que não é culpa dele – eu me sentia muito estressado. Eu ficava “ah, por que de novo?” Queria entender o que estava acontecendo. Aí do nada ele dava aquele sorrisão e eu ficava: “E agora, como assim?” Acho que eu estou nesse processo de voltar para dentro e entender como isso tudo está me afetando. Acho que é autoconhecimento.